A Estação Ferroviária de Auschwitz

A Estação Ferroviária de Auschwitz envolve inúmeras histórias de horror e  brutalidade que jamais devem ser esquecidas para que o mal não volte a se repetir. Primeiramente, vamos apresentar este grande ser humano que presenciou todo o horror em Auschwitz:  Viktor Frankl.

Ele conheceu bem as brutalidades que o ser humano pode vir a cometer. Então, se você até o momento não o conhecia, leia este artigo até o final e depois sugiro que pesquise mais sobre ele. Tanto os vídeos no Youtube quanto seus livros. Pois ele tem muito a nos ensinar.

Viktor Frankl era austríaco e foi um neuropsiquiatra. Em 1942 o pior aconteceu: ele foi enviado, juntamente com sua família para um campo de concentração. E a história que contaremos neste artigo é apenas o início do desespero que ele viria a enfrentar.

Viktor Frankl e a Estação Ferroviária de Auschwitz

No caminho a Auschwitz, junto de sua família, naquele trem lotado, passaram por um terrível choque psicológico. Imagine o cenário: um trem com 1500 pessoas, seguindo viagem há alguns dias e noites. Em cada vagão, 80 pessoas em cima de suas próprias bagagens: seus últimos pertences.

A bagagem empilhada praticamente impedia toda visão externa. Então, sem saber com certeza onde estavam e para onde seriam levados, os transportados acreditavam que o destino seria uma fábrica de armamento, onde seriam forçados a trabalhar.

Essa possibilidade seria um destino “suave” se comparado ao inferno para onde estavam sendo levados. Mas eles não tinham ideia. O apito estridente do trem causava arrepios e ecoava como um grito de socorro.

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A Chegada na Estação Ferroviária de Auschwitz

De repente o trem começa a manobrar frente a uma grande estação e de dentro do vagão alguém grita: “Auschwitz!”. Era a temida Estação Ferroviária de Auschwitz. Antes estivessem mesmo indo trabalhar forçadamente em uma fábrica de armamento.

Com exceção das crianças, todos ali sabiam o que significava aquela temida palavra “Auschwitz!”. Sendo assim, obviamente, ficaram apavorados. Imagens horríveis de câmaras de gás e execuções em massa surgiam em suas mentes.

O trem avançava lentamente e agora já conseguiam observar o gigantesco campo de concentração, com suas construções à esquerda e à direita dos trilhos. Dessa forma, sabiam que a situação era extremamente delicada.

O Campo de Concentração de Auschwitz

Observavam as cercas de arame farpado, as torres de vigia e refletores. Se alguém ainda tinha o plano de fugir, depois de visualizar essas imagens, a intenção se apagava por completo, pois era praticamente impossível.

O desespero aumentava a medida que enxergavam a grande massa de prisioneiros, aos farrapos, caminhando exaustos. Viktor Frankl sentia que o horror havia tomado conta de sua mente e corpo. Enfim, chegaram à estação de desembarque.

A Estação Ferroviária de Auschwitz - Prisioneiros no campo de concentração
A Estação Ferroviária de Auschwitz – Prisioneiros no campo de concentração

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Se no transporte até Auschwitz, eles haviam passado por um terrível choque psicológico, agora eles iriam enfrentar um choque ainda pior: o da recepção. Começaram a ouvir brados de comando, que como não poderia deixar de ser, eram bem rudes. A partir dali ouviriam sempre esses gritos.

A Falsa Ilusão de Viktor Frankl

As portas do vagão são abertas e então ele é invadido por um bando de prisioneiros, de cabeça raspada. Estavam bem humorados e visivelmente, pareciam muito bem alimentados. Viktor Frankl se apegou a essa imagem e teve a falsa ilusão de que a situação não deveria ser tão ruim assim.

Pensou que talvez pudesse chegar também a uma situação relativamente boa, como a desses prisioneiros. O que ele ainda não sabia, até aquele momento, era que aqueles prisioneiros eram na verdade uma “elite”.

Era um grupo escolhido para tomar conta da bagagem das pessoas que chegavam em Auschwitz. Na verdade eles se apropriavam dos pertences daqueles infelizes. Por conta dessas apropriações, a quantidade de ouro, prata e brilhantes encontrada em Auschwitz, era absurda.

A Troca de Brilhantes por Aguardente

Viktor Frankl conta que certa vez estavam 1100 prisioneiros em um barracão com capacidade para 200. Ficavam sentados ou em pé, com fome e frio. Não era possível que se deitassem. Por quatro dias se alimentaram apenas de uma única lasca de pão.

Viktor então presenciou uma negociação entre o encarregado do barracão e um prisioneiro do grupo de “elite”. O objeto em negociação era um prendedor de gravata com brilhantes que acabou sendo trocado por aguardente.

Segundo Viktor Frankl, não era nem possível censurar uma pessoa que se embriaga estando naquela situação. Esses prisioneiros, mesmo os da “elite” precisavam daquela bebida para aguentar toda aquela situação degradante.

Principalmente aqueles prisioneiros que trabalhavam em câmaras de gás e crematório, pois sabiam que em um futuro breve as vítimas seriam eles próprios. Ao que tudo indicava, era apenas uma questão de tempo.

Voltando ao vagão, na Estação Ferroviária de Auschwitz, naquele momento os transportados nem imaginavam que ficariam sem os seus últimos pertences. Não teriam direito nem mesmo às suas roupas pessoais.

E, por mais que soubessem que não estavam ali por um bom motivo, não conseguiriam imaginar com que crueldade e brutalidade seriam tratados a partir daquele momento. Este foi um dos piores acontecimentos da humanidade.

Por fim, para reforçar: se você não conhece a história de Viktor Frankl, faça um favor a você mesmo e pesquise sobre ele. Com toda certeza, sua história de vida te ensinará muita coisa que você levará para o resto da vida.

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Autoria do Texto: Caminho de Jesus Espiritismo (com base no livro “Em Busca de Sentido – Um Psicólogo no Campo de Concentração”, Viktor Frankl – 1946)