Aprenda a não Falar de si Mesmo

Aprenda a não falar de si mesmo: é o que aprenderemos a seguir com a grande sabedoria de Clarêncio. Um dia após André Luiz ter participado de sua primeira oração em “Nosso Lar“, Clarêncio, junto de Lísias, foi visitá-lo no Hospital.

Muito simpático, abraçou-o perguntando como estava. André Luiz respondeu que se sentia melhor, mas apreciando o carinho e atenção que há tempos não recebia, aproveitou o momento para falar excessivamente de si e dos seus “imensos tormentos”.

Então, alegava sofrer intensamente, física e espiritualmente. Sentia dores na zona intestinal e uma grande angústia no coração. Ao mesmo tempo que reclamava de sua “pesada cruz”, sentia-se orgulhoso por ter sido capaz de “tamanha resistência”.

Aprenda a não Falar de si Mesmo – As Lamentações de André Luiz

Mas ainda sentia-se sem forças e aniquilado pelas dores pelas quais passou. Clarêncio não fazia o menor sinal de que interviria no assunto, ouvindo tudo atentamente.

André Luiz teve a falsa impressão de que seu silêncio e sua atenção significavam uma aprovação, e se sentiu ainda mais encorajado para prosseguir com suas lamentações sem fim.

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Começou então a falar dos seus imensos sofrimentos morais, pois sentia-se muito preocupado com sua família terrena. Se perguntava se o filho mais velho teria conseguido progredir na carreira que o próprio André Luiz havia idealizado para ele.

Aprenda a não Falar de si Mesmo
Aprenda a não Falar de si Mesmo

Gostaria de ter informações sobre as filhas e a mulher, a dúvida feria-lhe o coração. Não tinha ainda a noção exata do tempo, não sabia quanto tempo havia se passado desde seu desencarne.

Por esse motivo não fazia a mínima ideia de onde estaria sua companheira: talvez chorando junto às suas cinzas ou quem sabe também já teria desencarnado? Não saberia dizer.

Clarêncio e Lísias Ouvem as Lamentações de André Luiz em Silêncio

E continuava lamentando, sem que os dois irmãos presentes dissessem uma única palavra. Julgava que poucos homens haviam sofrido tanto quanto ele.

Segundo André Luiz, primeiro foram os vários sofrimentos no Plano Físico, como: doenças e amarguras. Depois, os sofrimentos do corpo no momento da morte. E enfim, o martírio no Plano Espiritual, após o desencarne.

Por mais que tentasse manter-se em um estado de Espírito otimista, sentia-se bloqueado pela infelicidade. Perguntava então, se a vida seria resumida apenas em dores e lágrimas. Após proferir todo esse festival de queixas, calou-se e então chorou. Chorava muito.

Aprenda a não Falar de si Mesmo – A Lição de Clarêncio

Clarêncio, muito sereno e calmo, como de costume, porém firme, perguntou a André Luiz se ele desejava, de fato, a cura espiritual. Ao responder que sim, Clarêncio deu-lhe uma lição, com toda humildade, que André Luiz levou para a vida toda.

Pediu para que ele aprendesse a não falar de si mesmo, e nem a comentar o próprio sofrimento.
Principalmente de maneira excessiva, pois queixas e lamentações denotam enfermidade mental, e o tratamento de André Luiz era muito complicado.

Para sair desse estado de Espírito, era necessário criar novos pensamentos e aprender a disciplinar os lábios. E só se consegue isso abrindo o coração para Jesus.

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Clarêncio pediu para que ele não se preocupasse tanto com a família na Terra, pois o mesmo Pai que cuidava de sua pessoa, oferecendo-lhe abrigo naquela abençoada Colônia Espiritual, atenderia também a eles.

Ensinou também que devemos considerar nossa família na Terra como uma sagrada construção, mas antes de tudo, ela pertence à Família Universal.

Aconselhou a André Luiz que se desejasse permanecer em Nosso Lar, era necessário saber pensar com justeza. E era preciso também ter o compromisso de aceitar o trabalho, por mais duro que fosse, como uma bênção de realização.

André Luiz Começa a Compreender a Lição

Neste momento, André Luiz já não chorava mais. Envergonhado pelas palavras que havia dito antes, diante de tão coerentes ensinamentos, assumiu uma atitude diferente. Mas Clarêncio ainda não havia terminado.

Relembrou a André Luiz que se na Terra ele disputava as vantagens e as ótimas remunerações para atender à família, em “Nosso Lar” não era diferente.

O que mudava era que no Plano Físico, o que reinava era o dinheiro. No Plano Espiritual, o que importava era o trabalho e o aprendizado do Espírito imortal. Dor significava possibilidade de evolução do Espírito.

Os Espíritos fracos, diante do trabalho, queixam-se. Os Espíritos fortes recebem o serviço como um patrimônio sagrado, a caminho da evolução.

Informou ainda que a saudade que André Luiz sentia de sua família era justa, mas era preciso tomar cuidado com o pranto de desespero, pois tal atitude não edifica o bem.

O melhor que ele poderia fazer nesse momento para a família terrena era ter bom ânimo para poder ser útil. As sublimes palavras de Clarêncio elevaram seus pensamentos e objetivos.

Enquanto André Luiz refletia sobre a sabedoria das palavras de seu benfeitor, Clarêncio, bondosamente e sorrindo, quis saber se ele estava melhor.

André Luiz, agora confortado, informou que se sentia muito melhor e com bom ânimo para melhor compreender a Vontade Divina.

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Autoria do Texto: Caminho de Jesus Espiritismo (com base no livro Nosso Lar)