A Preguiçosa de Nosso Lar que não Queria Saber de Trabalho e a Sublime Lição que Recebeu
Conheceremos neste artigo, a preguiçosa de Nosso Lar que não queria saber de trabalho e a sublime lição que recebeu.
Sabemos que o trabalho é uma benção divina que Deus nos oferece onde temos demasiadas possibilidades de crescimento, aprendizado e evolução. Através do trabalho saudável, ajudamos a nós mesmos e a todos que nos rodeiam.
O Desejo de André Luiz de Realizar Algum Tipo de Trabalho em Nosso Lar
André Luiz, depois de ter sido resgatado do Umbral e levado para Nosso Lar, foi tratado por caridosos e benevolentes irmãos, e se sentia cada vez melhor.
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Percebia que necessitava fazer algo, se colocar em movimento e, de alguma forma, trabalhar. Voltava em seu íntimo o interesse pelas atividades que preenchem o dia útil de todo homem normal, na Terra.
André Luiz reconhecia que havia perdido muitas oportunidades na vida terrestre e que tinha cometido muitas falhas. Recordava seus quinze anos de clínica e sentia agora um imenso vazio.
Cercado de enfermos, sentia-se agora impossibilitado, incapaz de se dedicar ao trabalho e de realizá-lo da mesma forma que fazia enquanto encarnado.
Mesmo ouvindo os gemidos incessantes de sofrimento dos quartos vizinhos, André Luiz não podia desempenhar nem mesmo a função de enfermeiro e de colaborador nos casos mais urgentes, em Nosso Lar. O desejo em servir era grande, mas sua posição ali era muito humilde para prestar ajuda.
A Medicina no Plano Espiritual
Na Terra, André Luiz sabia que para prestar seus serviços médicos dependia apenas dos seus conhecimentos aprendidos nos livros e dos títulos acadêmicos conquistados. Mas em Nosso Lar, os médicos espirituais eram possuidores de técnicas diferentes.
A medicina ali começava no coração, tendo como objetivo o amor e a compaixão. Qualquer enfermeiro em Nosso Lar, por mais simples que fosse, tinha conhecimentos muito superiores à ciência de André Luiz.
Ao comentar com seu dedicado amigo, Lísias, ouviu deste a sugestão de ir falar com o Ministro Clarêncio, aquele mesmo que resgatou André Luiz do Umbral.
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Espírito muito fraterno e bondoso, certamente ajudaria André Luiz em suas pretensões. André Luiz aceitou a sugestão do amigo.
André Luiz no Gabinete do Ministro Clarêncio
Na manhã seguinte, André Luiz dirigiu-se até o gabinete particular do Ministro Clarêncio. Muito ansioso, André Luiz ficou também surpreso ao observar que outras três pessoas lá se encontravam, aguardando Clarêncio, pelos mesmos motivos que ele.
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O Ministro Clarêncio já havia chegado muito antes que essas pessoas, que buscavam atendimento, para atender a assuntos mais urgentes. Ao finalizar esse serviço, começou a chamar duas pessoas por vez.
André Luiz ficou impressionado com esse processo de audiência, utilizado pelo Ministro Clarêncio, mas veio a saber mais tarde que ele tinha propósito para tal: utilizava esse método para que as informações fornecidas para qualquer interessado pudessem servir da mesma forma para outros. Dessa forma as reuniões eram mais objetivas e produtivas.
Após muitos minutos, Clarêncio chamou André Luiz e mais uma senhora idosa, que seria ouvida primeiro, por ordem de precedência.
A Preguiçosa de Nosso Lar que não Queria Saber de Trabalho e a Sublime Lição que Recebeu
O Ministro Clarêncio recebeu os dois muito cordialmente, deixando-os à vontade. A senhora então, começou a falar sobre as saudades que sentia dos dois filhos e da tristeza que lhe machucava por ter sido informada que ambos viviam exaustos e sobrecarregados na Terra.
Solicitava a ajuda de Clarêncio a favor de seus filhos. Mesmo reconhecendo que os planos de Deus são justos e amorosos, a pobre senhora não conseguia afastar a angústia, e chorava, copiosamente, na frente de André Luiz e do Ministro Clarêncio.
Clarêncio respondeu, bondosamente mas com firmeza, que se a própria mulher reconhecia que os desígnios de Deus são justos, o que ele poderia fazer? A senhora solicitou então a Clarêncio, recursos para que ela própria pudesse protegê-los na Terra.
E nesse momento, Clarêncio aplica um bela e sublime lição na senhora que não era muito dada ao trabalho. De maneira amorável, mas firme, como era de sua característica, Clarêncio explica que apenas no espírito de humildade e de trabalho é possível proteger alguém.
Ele perguntou então o que ela diria de um pai, encarnado na Terra, que deseja ajudar seus filhos, mantendo-se no absoluto repouso e conforto do lar? Deus criou o trabalho como leis onde pessoa nenhuma consegue trair, sem prejuízo próprio.
Quis saber dela se sua consciência não dizia nada, neste sentido, e perguntou quantos bônus-hora (ponto relativo a cada hora de serviço) ela podia apresentar em benefício de sua pretensão. A senhora preguiçosa respondeu que possuía apenas trezentos e quatro horas.
Clarêncio, com um sorriso de tristeza, lamentou, que ela tivesse dado à colônia apenas trezentos e quatro horas de trabalho, considerando que ela já se encontrava ali há mais de seis anos.
Relembrou também que logo após ela ter se restabelecido das lutas e sofrimentos em região inferior, ele próprio havia oferecido a ela uma atividade digna na Turma de Vigilância, que fazia parte do Ministério da Comunicação.
Mas a senhora considerou o serviço intolerável, pois, segunda ela, havia uma luta incessante contra entidades perversas, e por esse motivo, achou natural não se adaptar.
Clarêncio, firme e imperturbável, fez lembrar que após isso, ele colocou-a nas tarefas regeneradoras, junto dos Irmãos da Suportação.
Mas a infeliz mulher considerava esse serviço ainda pior que o anterior, pois, segunda ela, aqueles apartamentos eram repletos de pessoas imundas e indecentes, que só proferiam palavrões.
Mas Clarêncio, sempre tentando ajudar seus irmãos, enviou-a para atuar na Enfermagem dos Perturbados, e perguntou a ela o motivo de não ter continuado. A rebelde pedinte informou então que apenas os santos poderiam tolerar aquelas almas desviadas, que assombram qualquer pessoa.
Mas os esforços de Clarêncio não ficaram por aí, ele colocou-a nos Gabinetes de Investigações e Pesquisas, do Ministério do Esclarecimento. Mas a senhora parecia não dar importância à todas as providências de Clarêncio por ela.
Explicou que não conseguiu continuar nesse serviço porque era muito exaustivo e os chefes muito ásperos. Preferiu, como é comum às almas preguiçosas, se recolher por conta própria aos Campos de Repouso de Nosso Lar.
Clarêncio continua sua bela lição, explicando que o trabalho e a humildade são as duas margens do caminho do auxílio. Aquele que deseja ajudar outras pessoas, deve se fazer um cooperador e amigo.
Antes de ajudar os que amamos, devemos criar correntes de simpatia. O camponês que cultiva a terra conquista a gratidão e simpatia daqueles que comem os frutos. Sem a cooperação não é possível ajudar com eficiência.
O trabalhador que entende e executa as ordens dos chefes mais exigentes, representa o sustentáculo do lar. O colaborador que obedece, conquista a simpatia não só dos seus superiores no cargo, como também dos seus colegas de serviço.
Mesmo que haja tristezas ou dificuldades, o trabalhador deve saber que o serviço útil pertence, acima de tudo, a Deus.
Para finalizar sua lição, Clarêncio perguntou à senhora o que ela faria na Terra, para ajudar os filhos, se não havia aprendido ainda a suportar coisa alguma.
Continuou dizendo que sabia de sua dedicação aos amados filhos, mas era importante notar que se aparecesse na Terra, com aquele pensamento rebelde ao trabalho, não seria da mais que uma mãe paralítica, impossibilitada de prestar qualquer tipo de socorro.
Para que possamos alcançar a graça e alegria de ajudar os amados, é necessário a interferência de muitos a quem já tenhamos ajudado. Os que não ajudam, não recebem ajuda, isso é da lei de Deus.
E como a senhora nada havia acumulado para poder dar, o justo é que ela procurasse a contribuição amorosa de outras pessoas. Mas, como receber a colaboração dos outros se não havia semeado nada? Nem mesmo a simples simpatia.
Clarêncio recomendou que a senhora retornasse aos Campos de Repouso para que pudesse refletir seriamente sua situação. Após isso, conversariam novamente com a devida atenção.
A senhora a tudo ouviu, em silêncio, enxugando lágrimas copiosas.
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